Blog em Manutenção...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Disseminando o Saber...

COMO FOI O 3º SEMINÁRIO DE PESQUISA EM COMUNICAÇÃO DO CEULP

Ivan Silva

Organizadores
     A vida acadêmica é marcada por muito esforço, pesquisas, broncas, conselhos, e o melhor de tudo, desenvolvimento e amadurecimento pessoal. São anos de descoberta sem fim dentro do universo infinito do conhecimento, e dificilmente se sai da universidade da mesma forma que  se entra. A tendência é sempre a progressão. No fim, quando alcança-se o estágio da formatura, vem a recompensa e a descoberta de que tudo o que se aprendeu é apenas um ramo da enorme árvore do saber. Fazer o que, não é? A vida é assim mesmo. Como diz um grande poeta da música brasileira: “o tempo não pára”. Nunca pode parar.
   A pesquisa é algo que sempre moveu o homem. Para descobrir a melhor maneira de conduzir sua vida cotidiana, ele sempre se valeu do conhecimento produzido no decorrer da história, e buscou a orientação dos mestres para criar suas obras e transformar o mundo. Tendo em vista essa realidade inquestionável, não se pode deixar de mencionar as iniciativas que promovem a pesquisa e a disseminação do conhecimento. Incentivo ainda é a palavra chave para a produção. Por isso, o Seminário de Pesquisa em Comunicação do curso de Comunicação Social/ Publicidade e Jornalismo, da faculdade Ceulp-Ulbra, Palmas-TO, sem dúvida é referencia no assunto.
    Ele chega à sua 3° edição com todo o brilhantismo conquistado até agora: é um evento que além de promover a difusão das pesquisas apresentadas pelos acadêmicos do curso, por meio dos projetos e dos artigos científicos produzidos, incentiva à prática louvável do ato de pesquisar. Com isso, tanto ganha os acadêmicos pelo conhecimento e prática adquiridos no processo de pesquisa quando a sociedade por se beneficiar com seus resultados.
    Neste ano, o Seminário de Pesquisa, que aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro, foi permeado por ótimos trabalhos. Os temas dos cinco artigos apresentados foram: Marketing de Relacionamento: o pós venda na fidelização de clientes; O processo da Imagem Institucional da FMM Engenharia em Palmas Tocantins; Telecentro como instrumento de inclusão digital; A recepção do cibernauta tocantinense: Análise do seguidor-leitor da @robertatum e Twitter e redes sociais virtuais: novo caminho para o mercado publicitário. A orientação dos artigos ficou com as professoras mestres Valdirene Cássia da Silva e  Jocyelma Santana dos Santos.
Rodrigo (mediador) e Juliana Santana 
    Projetos de pesquisa e artigos científicos à parte, a noite do dia 24, que deu inicio aos dois dias de evento, foi muito especial e memorável. Uma palestra de tirar o fôlego foi a grande atração. Juliana Santana, que é professora mestre em Estética e Filosofia da Arte na UFT (Universidade Federal do Tocantins) fez uma verdadeira radiografia da indústria cultural e uma propaganda irresistível do fenômeno da Comunicação de Massa como objeto de pesquisa. Falou sobre o posicionamento crítico dos pensadores da Escola de Frankfurt Theodor W. Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) homens que se valiam da teoria critica, fortemente influenciada pelas idéias marxistas, para entender e analisar a dominação, manipulação e exclusão de certos grupos sociais através da mídia. Na cultura de massa, segundo essa linha de raciocínio, os produtos produzidos e transmitidos através do processo midiático são carregados de ideologias e valores, que muitas vezes modificam o comportamento de quem os consome, atendendo a uma expectativa mercadológica. 
    Como o fenômeno da Comunicação de Massa é um assunto muito corrente dentro do curso de Comunicação Social, a palestra foi um verdadeiro achado. Deu para compreender um pouco mais sobre como funciona a mídia, seu lado negativo e positivo. E a filosofia, cuja abordagem sempre é mais profunda, foi bem marcante no discurso de Juliana Santana. Trouxe uma luz especial aos acadêmicos que participaram fervorosamente do debate, com perguntas e colocações bastante instigantes. Quando o tema é comunicação, os futuros publicitários  e jornalistas fazem a festa. Afinal, são nesses momentos que as dúvidas afloram e as respostas  aguçam ainda mais a percepção.
   O evento no geral merece parabéns pela estrutura e pela excelência das produções apresentadas A sua contribuição para o meio acadêmico é inestimável. Que ele possa a cada edição se tornar bem melhor e com mais participação tanto dos universitários do Ceulp-Ulbra e de outras instituições quanto da população palmense. A integração universidade, empresas, governo, imprensa, população, entre outros atores, deve ser a mola mestra de iniciativas como O Seminário de Pesquisa. Para isso, é importante repetir: a sociedade precisa envolver-se mais com o  meio universitário para reconhecer sua importância. O Brasil precisa dar mais valor aos seus acadêmicos e estimular mais o potencial contido nesses jovens. Fica esta recomendação do Trem Brasileiro para a sociedade em geral.


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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Muito mais que um simples Blog

EXISTE BLOG PARA TUDO E DE TODAS CORES E SABORES. A INTERNET É A VITRINE DESSAS MARAVILHAS...

Ivan Silva   

Web
   Sem dúvida, os blogs são uma verdadeira febre nesses tempos modernos. Muitas pessoas usam essas ferramentas de comunicação para se expressar, e geralmente gostam de publicar poesias, charges, artigos, piadas, dicas de livros, cinema, culinária, etc. Alguns são públicos, e os autores não tem nenhum receio em expor seu conteúdo para o mundo. Outros são mais pessoais, e servem como verdadeiros confessionários onde se encontra um espelho da alma de seus administradores. Existe blog para tudo e de todas as cores e sabores. A internet é a vitrine dessas maravilhas.
   Cada um utiliza seu blog da forma como deseja, não é? Sim. O detalhe é que ultimamente vários recursos bem interessantes estão levando muitas pessoas a ampliarem mais a visão sobre suas páginas na internet. O que era apenas um espaço tímido no qual as pessoas compartilhavam informações diversas, agora se torna uma oportunidade de negócios muito promissora. Nos blogs pessoais está tendo bastante espaço para a publicidade de grandes empresas que antes só se via na TV, rádio, revistas ou jornais impressos. Isto significa que sua produção agora pode ser patrocinada, e seu blog pode ser até ponto de venda para aquela marca que você adora usar. Conte piada, filosofe e rasgue o verbo enquanto ganha dinheiro. Essa é a nova moda!  
   Várias ferramentas como o Google Adsense, Programa de Afiliados  do Submarino, do Mercado Livre, do UOL, Parceria.com das Lojas Americanas e Yahoo Links Patrocinados apóiam os blogueiros e os remuneram na  medida em que os internautas clicam nos anúncios em suas páginas. Basta criar uma conta nos sites que oferecem o patrocínio, seguir os procedimentos e aceitar o contrato estabelecido (não se esqueça de ler todas as cláusulas). Depois disso é traçar metas para aumentar o público e a participação em seu blog. E investindo  pesado em seu “xodó virtual”, um resultado com certeza será certo: tanto o publico vai ganhar por ter sempre assuntos fresquinhos para ler, quanto você por  estar exercendo a arte da escrita e ganhando experiência enquanto trabalha com seu empreendimento virtual. A partir daí você saberá  melhorá-lo cada vez mais. A criatividade fluirá com todo o gás.
    Alguns mandamentos a seguir são: escrever sobre assuntos interessantes que estão sendo destaque ou não na mídia. criar enquetes que estimulem a participação em seu blog, ser objetivo nos textos, banir toda forma de preconceito e juízo de valor baseado em crenças fanáticas, responder todos os comentários e respeitar a diversidade de opiniões e utilizar entrevistas com guest posts de especialistas no assunto que você aborda em algum texto. Estas são algumas receitas preciosas para turbinar sua página e conquistar cada vez mais um público fiel de leitores. E lembre-se: assim como na empresa o cliente é quem manda e faz o maior rebuliço se não for bem atendido, nos blogs também não é diferente: a última palavra é sempre dos leitores, que tem o direito de sempre receber informação de qualidade e de serem atendidos em suas sugestões e críticas. O blog é antes do leitor do que seu! Ele é a parte mais importante de qualquer empreendimento virtual de informação.


(Matéria publicada na Revista Fama - Palmas-TO - última edição)



*Seu conteúdo está um pouco diferente do publicado na revista, pois foi preciso reduzi-lo devido aos formatos de diagramação da Revista Fama.




segunda-feira, 15 de novembro de 2010

De um Sonho à Maquinários!

ESPECIAL: BANDA MAQUINÁRIOS COMPLETA UM ANO DE VIDA!

Ivan Silva

    Faltam poucos minutos para começar o show. Colocamos os instrumentos perto do palco, e  nossos  corações começam a acelerar, descontrolados. Apesar de nossas personalidades diferirem, o que é natural, sentimos dentro de nós a mesma energia, inexplicável e única. Mesmo sem possibilidades matemáticas de medir a intensidade do sentimento que nos invade, ele é igual em todos nós, e sabemos disso, pois nossos olhos brilham, olham atônitos para todas as direções, e os gestos corporais são praticamente os mesmos: mãos trêmulas, coçadas na nuca, o movimento inquieto e nervoso de nossas pernas, contra a nossa vontade. Queremos fingir que dominamos a euforia, mas a cada show ela nos persegue. Faz parte da nossa essência.
   Sabemos o exato momento de subir ao palco e fazer o que tem de ser feito. Quando estamos lá em cima, algo muito maior que o orgulho nos pega de surpresa. É  a emoção de ver que lá em baixo as pessoas esperam o melhor de nós, vieram para curtir e acreditam na nossa arte. Isto nos motiva a seguirmos em nossa caminhada, a gaseificar nossos sonhos e explorarmos cada centímetro das guitarras, cada tom do baixo, todas as variedades de sons que possui a bateria e os gritos e gracejos das vozes. Utilizamos nossos corpos para dar sentido à vida,  animar e estimular aqueles que estão tristes, conscientizar os que precisam aprimorar seus conceitos, ou simplesmente divertir. Agente solta o nosso verbo. Do jeito que sabemos.
  Ajustamos os amplificadores, equalizamos os instrumentos e testamos os microfones. Mesmo estando tudo certo, absolutamente testado e aprovado, a tensão parece cada vez maior. O público sedento por rock n’ roll começa a se aproximar do palco, a nos olhar com atenção e beber sua cerva, esquentando os neurônios para o espetáculo de microfonias, distorções, solos,  fortes batidas de bateria, gritos rasgados e loucuras. Diante desse turbilhão de emoção, agente deixa nossas máquinas de som estacionadas sobre o palco escuro, entramos no camarim e lá dentro nos reunimos, sob os gritos abafados da galera. Fazemos alguns comentários e recomendações, e em seguida nos abraçamos, formando um circulo. Cada um faz a sua oração, professa seus votos para a noite e conclui com o clássico gesto dos Três Mosqueteiros. No levantar das mãos, agente grita uma palavra que sintetiza todos os nossos ideais: Maquinários!
   Ai o resto da noite todos já sabem. Loucura, muito som, euforia e uma satisfação mental orgástica ao final, que recompensa todos os meses de ensaio e correria. E quando lembramos que tudo isto começou a pouco tempo... Não dá nem pra acreditar. Parece que foi ontem aquele dia que agente conseguiu oficializar uma proposta que nos renderia tantos frutos no futuro. O que começou de forma tão simples: uma meia lua, uma guitarra e um violão como contrabaixo, se transformou numa grande banda, cada vez mais unida e firme em seu propósito de levar  música e cultura para o Tocantins, o Brasil e o Mundo.
Maquinários 
   No último dia 07 de novembro, completamos um ano de fundação. Foi na mesma data, no ano de 2009, que fizemos o nosso primeiro show. A cidade de Redenção, no querido Pará, foi o palco de inauguração oficial da banda Maquinários. A partir daquele momento, quando conseguimos animar o pessoal e deixar registrada a nossa marca ali, algo nos disse que estávamos preparados para enfrentar o futuro. Uma sensação de dever cumprido, de grandeza, nos inundou e nos proporcionou ainda mais união e amor um pelo outro. Agora sim somos uma banda. Foi o que nossos gestos deixaram transparecer. Descobrimos que o sonho estava se tornando realidade e, acredito, já pressentíamos os ventos do amanhã. Eles  trariam um conforto enorme, uma expectativa de que tudo ia dar certo. E, de fato, deu certo.
    Essa estrada longa que trilhamos sempre nos trouxe o bem e o mal. Com muita conversa, sinceridade e transparência soubemos separar o joio do trigo. Passamos por fases difíceis, e até hoje ainda somos uma banda que tenta  superar os limites impostos pela vida. Não nos entregamos tão fácil à tristeza. Nossa amizade é muito profunda, e nutrimos em nós um respeito muito grande por tudo o que representa a Maquinários. Além disto, temos uma infinidade de amigos que sempre nos apoiaram e forneceram-nos, gratuitamente, ricos conselhos que nunca nos deixaram decair. Temos por eles uma gratidão de medida incomensurável.
   Um ano parece ser pouco, mas para nós é muito. E esperamos que essa vida se prolongue para todo o sempre. Nossos agradecimentos a todos que fizeram e fazem a Maquinários acontecer. Voltaremos aos palcos em dezembro, no Festival Eye 4 Eye, cujo objetivo será arrecadar a verba necessária para custear a cirurgia ocular de nosso guitarrista, Watson Silva, que também tocará na apresentação. Nossas expectativas quanto ao futuro são muito positivas. Sem dúvida, essa data será muito mais que apenas a volta da Maquinários, após um semestre inteiro em que esteve impossibilitada de tocar, mas o inicio de uma nova fase, bem mais promissora. Em nome de toda a banda, composta por Matheus Andrighi, Alysson Hendrix, Anderson Sacramento, Watson Silva e eu, Ivan Silva,  agradeço a todos vocês, mais uma vez, por tornarem possível o nosso sonho de ser o que somos: uma simples de banda de rock n’ roll, apaixonada pela estrada, pela vida, pela música e, sobretudo, por todos vocês! Parabéns para todos nós! Até o Eye 4 Eye!

Valeu!




terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para Intelectuais e Bregas!

CALYPSO E TECNOBREGA MERECEM RESPEITO?

Ivan Silva    

Aparelhagens (Foto: Web)

   Grande parcela de toda a riqueza que o Brasil tem em suas mãos está na sua cultura popular. Ela possui grandes preciosidades que a tornam uma verdadeira e incomparável salada, admirada e apreciada no mundo inteiro. São inúmeras cores, cheiros, sabores e manifestações culturais que vivificam esse país de norte a sul.
   Uma dessas belezas brasileiras está num estado que é o segundo maior do país, faz parte da região amazônica e é um dos mais populosos do norte, com cerca de 7.321.493 habitantes. Trata-se do Pará, um estado que, durante sua história, recebeu imigrantes vindos da França, Itália, Líbano e Japão, além de ter participação marcante em grande parte da produção musical e artística no Brasil. É de lá que vieram ícones como Fafá de Belém, Cacá Carvalho, o jogador de futebol Sócrates, Nórton Nascimento, o clássico escritor Inglês de Souza, a cantora Joelma, o guitarrista Chimbinha e mais um sem fim de celebridades.
  Sem dúvida, o Pará tem inúmeros aspectos que merecem serem conhecidos pelos brasileiros. Mas é a área musical desse estado que chama bastante a atenção. Pra quem não sabe, ritmos que fazem o maior sucesso em todo o Brasil, como o calypso e o tecnobrega, vieram das ruas paraenses, e antes de estourarem por todos os cantos desse país faziam a alegria somente do caloroso povo de lá. 
Web
     Calypso e tecnobrega são parecidos musicalmente, embora o segundo seja mais aberto às influências da música eletrônica Techno. Já o primeiro, apesar de se chamar calypso, não tem pouco haver com aquele estilo caribenho, que surgiu em Trinidad e Tobago, no século XIX, e influenciou o surgimento de estilos como o Ska e o Reggae. Na verdade, o calypso paraense é o antigo brega que surgiu após o fim do movimento jovem guarda que estourou nos anos 60. O brega daquela época era um ritmo que tinha mais haver com o “povão”, e seus artistas tinham pouca preocupação com a aparência, além de não dispor de acesso a uma cultura musical mais ampla, o que fazia com que seus discos fossem meio vazios musicalmente, repletos, por exemplo, de arranjos simples e baixa  qualidade sonora, até por não terem tanto acesso à tecnologia fonográfica.
    Pode-se dizer que aquelas melodias simplórias do brega evoluíram com a invenção do brega pop pelos artistas paraenses. E combinando o brega do passado com a moderna música Techno surgiu o tecnobrega, um dos ritmos que atualmente é febre em todo o Pará e já se espalha por várias regiões do país. No estado, as aparelhagens são os instrumentos de difusão de toda essa produção cultural, e muitos DJs e bandas regionais faturam bastante em bailes realizados nas ruas para os fãs do ritmo. Elas são verdadeiros aparatos sonoros, parecidas com naves espaciais, cheias de caixas de som e  equipamentos de iluminação especial De acordo com dados do site Overmundo, divulgados em 2007, depois da onda nacional de sucesso do calypso, cuja contribuição principal foi da famosa Banda Calypso, o tecnobrega passou a ser  a música mais apreciada pelos paraenses. São mais de 73 bandas, 273 aparelhagens (nisto se inclui as pessoas que organizam as festas) e 259 vendedores de cds que trabalham nas ruas em parceria com os artistas. Entre as maiores aparelhagens do Pará estão: Super Pop, Príncipe Negro, Itamaraty, Rubi, Impala, Equatorial, Som Guanabara e Som ideal.

Uma critica

    Apesar de a indústria fonográfica ter se apropriado de muitos artistas e de ter construído mitos como a Banda Calypso, Companhia do Calypso e várias outras bandas extremamente populares no Brasil, tanto de calypso quanto de tecnobrega, isso só serviu para tornar conhecida ainda mais a cultura musical popular paraense. Muitas pessoas que estudam comunicação e áreas afins defendem que a indústria cultural, da qual faz parte a fonográfica idiotiza muito as pessoas atualmente, e transforma a cultura popular, subtraindo dela a sua essência. Realmente isso é fato, mas  no caso do calypso e tecnobrega, a indústria da cultura trouxe modificações e ampliou o sucesso desses artistas, que por sua vez fez o Brasil focar seu olhar sobre as terras paraenses.
     Talvez por repudiarem a indústria da cultura, que fabrica artistas e corrompe a cultura popular, as classes mais intelectualizadas do Pará e de várias partes do Brasil consideram esses ritmos verdadeiras aberrações sonoras, e deitam sobre eles o mais preconceituoso e feroz olhar. Não reconhecem que calypso e tecnobrega são elementos que constituem a riqueza da cultura paraense. Não vêem que esses estilos musicais são provenientes do povo, fazem parte da cultura popular, embora tenham recebido certas influências do pop, calipso caribenho e até do rock. Fazem sucesso nas classes mais humildes e pretendia-se, inclusive, contra a vontade dos intelectuais  transformá-los em patrimônio cultural do povo paraense, através do Projeto de lei nº.130/2008. Ele  foi aprovado e beneficiou os artistas e grande parte da população do estado, que tem grande carinho e respeito por sua identidade cultural.
     É preciso haver menos preconceito e mais respeito por aquilo que o povo faz. Não apenas com relação aos ritmos musicais expostos, mas também por seus demais valores. A diversidade que a nação brasileira apresenta, em todos os aspectos, é  enorme e precisa ser olhada com mais cuidado. Já que os indicadores sociais sempre apontam para o descaso das autoridades e da classe que se julga culta e gozadora da mais nobre cultura, pelo o menos a produção cultural do povo precisa ser valorizada. Para um povo que sofre as mazelas de um país, a única coisa que lhe resta é a cultura que ele possui.
      Sem dúvida, não apenas o Pará, mas o Brasil inteiro é rico e mina cultura popular por todos os seus cantos. Por aqui se cruzam diversas culturas, se formam povos mistos, se fala o português de várias maneiras, se festeja o ano inteiro, se benze, se paga promessas e por ai vai. São diversas as características que compõem esse enorme mosaico cultural, admirado em todo o mundo. De norte a sul as pessoas constroem, em meio às dificuldades do dia-a-dia, a identidade dessa nação grandiosa. Sempre com muita música, uma culinária extraordinária, um folclore que enche a vista, o cinema que se aprimora e a coragem e fé que dão a elas o gás necessário  para tecerem diariamente suas vidas. Para intelectuais e bregas, cultura popular sempre estará ai, enquanto houver povo.


Fontes pesquisadas: