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domingo, 2 de janeiro de 2011

Contentamento Forçado!

OPINIÃO: "ELA TOMA POSSE, ENQUANTO OS DRAGÕES DA INDEPENDÊNCIA TOCAM "COMIGO É NA BASE DO BEIJO", DA CLÁUDIA LEITTE! 

Ivan Silva

Web
   Política, para mim, já foi algo irrelevante. Houve um tempo em que me divertia bastante folheando revistas e jornais com aquelas caricaturas e charges, sempre satirizando os mais importantes políticos. Ainda dou boas risadas, claro, mas antes o que me fazia gargalhar eram apenas os traços físicos exagerados dessas figuras patéticas nos desenhos. Hoje, o exagero que me chama a atenção é outro, está nas entrelinhas, onde grande parte das pessoas enxerga virtude. E acompanhando, nesta minha breve existência de 22 anos, mais um episódio marcante na história de nossa tão conturbada política, eu tenho certeza de que a vida é algo muito, mas muito gozado.
   Acho que todos nós deveríamos admitir que não se discute política decentemente no Brasil. Eu mesmo sinto isso na pele. Temos pessoas que fazem grandes questionamentos políticos sem sequer conhecer o básico sobre o político e o partido que defendem. Deixam-se levar pelo teor sedutor da propaganda política, sem qualquer preocupação com o senso crítico. Ou vão pela maioria, como é de praxe.
    E por falar em propaganda, me lembrei de uma matéria fantástica que estava lendo essa semana sobre o nazismo. Como um partido e os ideais de um único homem foram capazes de hipnotizar um país inteiro como a Alemanha, fazendo-a acreditar que descendiam da mais pura linhagem da raça ariana, e de que as demais “raças”eram tão valiosas quanto estrume de vaca. E o pior é saber que, mesmo não sendo nazistas, existem muitos partidos e políticos que usam essas táticas por ai. E tornam-se rivais dos discordantes, chamando-os de inimigos do povo e restringindo-os a campos de concentração por conta de suas idéias. A voz do povo é a voz de Deus e câmaras de gás aos ateus.
   Hoje liguei a TV, e assisti à cerimônia de posse da primeira presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Achei extremamente belo todo o evento, com os Dragões da Independência tocando hits da Ivete Zangalo e da Cláudia Leitte. Uma imensidão de políticos e uma enorme militância vermelha que, ao aproximar da câmera, faziam gestos positivos e exibiam seu sorriso puro de povo. Pensei comigo: “como é magnífica essa nossa democracia”. E como o povo está apto para decidir o futuro. Eu ainda abomino a figura de Dilma Rousseff e do Lula, pois a proposta política e o jeito de governar de ambos jamais me agradaram. A razão? Bom, não vou perder tempo falando dos motivos pelos quais eu não os aprecio, até por que a essas alturas do campeonato de nada adiantaria eu tentar “disputar queda de braço com Sansão”. Contra o povo, eu sou apenas uma pulga, tão vulnerável e pobre. E minha acidez pode me tornar um inimigo da democracia. Contra a marketagem de Lula e Dilma eu sou apenas um judeu indefeso.
   Enfim, não quero que sintam raiva de mim por querer estragar a alegria da maioria. Diante da inexorabilidade dos fatos, resta a mim o contentamento forçado como medida antidepressiva. Enquanto o Brasil mergulha de corpo e alma nas águas límpidas de um governo socialista, com Hugo Chávez na platéia, eu continuo com minha vida meio “neoliberal”. Afinal, quem não quer crescer? Vou continuar acreditando que o setor privado é bem mais competente que o estado para administrar uma empresa. Se todos podem seguir uma tendência, por eu não posso seguir a minha?
   Diante da fatalidade, desejo um bom governo a Dilma Rousseff, e que ela possa, num surto de rebeldia, tornar-se independente das ideologias petistas, e fazer um governo do modo como seu bom senso e a real necessidade dos brasileiros permitir. E que ela possa dar continuidade às conquistas dos direitistas, esquerdistas e centristas. Que governe para todos os brasileiros, conquistando os pelas suas ações e não pelas suas propagandas. Hipnotismo nacional só com Hitler, e ele já desceu gordo, sorridente e popular lá do parlatório...