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domingo, 12 de dezembro de 2010

Abelhas, Tubarões e Humanos

Marcelo Victor

Marcelo Victor
    “Se todas as abelhas sumissem repentinamente da terra, a vida humana se extinguiria em quatro anos”. Essa frase, que alguns afirmam ser de Albert Einstein, é um tanto quanto exagerada quando vista pela primeira vez. Como esses insetos tão insignificantes podem estar ligados ao equilíbrio da vida humana no planeta? A explicação virá mais à frente, depois dessa outra afirmativa sensacionalista: “Os temidos tubarões não podem ser extintos, pois a sobrevivência do planeta também depende deles”. Essa parece mais absurda que a anterior não é mesmo?
    Mas não é. Primeiramente, as abelhas são responsáveis pela polinização de grande porcentagem dos alimentos vegetais que consumimos. As grandes monoculturas dependem imensamente do trabalho das abelhas. E essas plantas também são a base de alimentação para os animais que são utilizados para consumo humano. Portanto, sem abelhas, sem legumes, verduras ou carne. Pelo menos em grande escala como se tem hoje. Perturbador não é?
    Em segundo lugar, os tubarões, assim como outros grandes peixes, se alimentam de outros pequenos peixes, que por sua vez se alimentam do plâncton, que é o grande responsável pelo oxigênio produzido pelos oceanos. Sem os tubarões, os peixes pequenos se multiplicariam de tal forma que consumiriam todo o plâncton dos oceanos, acabando com o oxigênio do planeta. Sem oxigênio sem vida, claro. Interessante, não é?
    Mas qual a intenção do autor desse texto em citar esses exemplos?
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   A intenção é mostrar que por mais avançado que se pense estar a mente humana, ainda não conseguimos entender a nossa conexão com nosso mundo. O homem ainda não percebeu que existe uma ligação entre a vida no planeta e o próprio planeta. Que tudo está interligado e em equilíbrio, e que esse equilíbrio precisa ser preservado. Não precisamos saber quem criou esse equilíbrio, nunca saberemos, só precisamos saber que cada peça desempenha um papel importante no funcionamento da grande máquina. E que precisamos manter essas peças sempre funcionando.
    Ao invés de buscar respostas nas religiões e/ou na ciência sobre questões bobas como “de onde viemos?” e “para onde vamos?” deveríamos, sim, tentar encontrar o nosso lugar nessa grande máquina, tentar achar o espaço de encaixe da espécie humana nessa grande engrenagem, pois parece que somos os únicos que ainda não acharam. E dessa forma, só atrapalhamos o mundo de seguir em frente. 


Marcelo Victor é psicólogo, especialista em Educação, mora em Palmas-TO e trabalha atualmente no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador-CEREST - TO.