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sábado, 8 de janeiro de 2011

Eu Odeio Terrorismo!

Marcelo Victor

  Eu, definitivamente, odeio terrorismo. Mas o “terrorismo” a que me refiro não é aquele pregado pelas grandes mídias, referindo-se às estratégias de guerra utilizadas pelos islâmicos. Não. Já sou maduro o suficiente para saber que o conflito criado pelos ricos é “guerra”, e as ofensivas realizadas pelos pobres é “terrorismo”.
  Não, o terrorismo do qual eu tenho asco é esse que nos rodeia, este que está a nossa volta todo o tempo. Ele está lá quando você abre o seu e-mail: “se você não mandar essa mensagem para 30 pessoas algo ruim vai te acontecer, e bla bla bla...”. Ora, por favor. Ele está presente na esfera política: “não vote no(a) candidato(a) X, pois ele(a) vai acabar com tal programa ou fundar tal seita satânica e bla bla bla...”. Ele está, inclusive, internalizado dentro de nós: “menino, não faça isso que Deus vai te castigar...”ou “se você teimar o bicho papão vai te pegar”. Isso sim é terrorismo.
  Terrorismo não é morrer em nome de uma causa. Terrorismo não é explodir uma bomba amarrada a seu corpo para matar dezenas de inimigos que querem invadir seu país, roubar suas riquezas e intervir na sua cultura. Terrorismo, no seu sentido real, é usar do medo, do terror, para alcançar algum resultado e/ou suprimir alguma idéia, movimento ou sentimento. E isso, podem acreditar, não é uma particularidade do Oriente Médio.
  Terrorismo é quando um governo cria um “inimigo público” e atribui a ele todas as barbaridades do mundo, e com isso consegue aprovar leis que suprimem a liberdade e a privacidade de toa uma população com a desculpa de manter a segurança. Isso aconteceu a poucos anos nos Estados Unidos.
  Terrorismo também é quando você cruza com um negro mal vestido na rua, em plena madrugada, e acha que vai ser assaltado. Ou seja, é atribuir uma periculosidade a uma classe específica de pessoas. No Brasil é assim, não é? Ou eu estou equivocado?
   É gritar aos quatro ventos que determinada doença vai dizimar a humanidade em poucas semanas, antes de analisar a verdadeira potencialidade de tal agente biológico. E assim os laboratórios faturaram bilhões durante a onda de gripe suína e deram um alívio à crise mundial que figurava na época. Foi um “terrorismo mundial”. Que fiasco!
  A existência de um grupo que tem o interesse de impor o terror ao mundo, e dessa forma conseguir implantar os seus planos é fato. Mas esses a quem me refiro não usam turbantes nem empunham metralhadoras AK-47. Os verdadeiros terroristas, os realmente perigosos, vestem terno Armani, empunham uma taça de champanhe e não estão na lista dos 10 mais procurados do FBI. Cuidado com eles.

Marcelo Victor é psicólogo e colaborador do Trem Brasileiro.