Ivan Silva
Passos nos corredores, sons alucinantes
De máquinas a todo o vapor...
Ruídos que explodem do peito, e
Fazem das bocas mensageiras venais.
Corpos nos corredores, arrastando suas caixas,
Seus projéteis, suas razões mortíferas,
Seus ternos sujos de poeira, seus cabelos belos
Revoltos entre arrotos e risos forçados.
Passos nos corredores, quase mudos
Arrastando o passado em sons hipnóticos,
Seguindo o embalo do relógio, dançando
A música dos réus da inutilidade.
Corpos nos corredores, quase jazem
Entre protocolos, sistemas e vontades,
Sendo números secos, bocas secas.
Juntando pedaços que se acumulam nos
Cantos.