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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Mulher no Rock

UM BREVÍSSIMO APANHADO SOBRE A HISTÓRIA DAS PRIMEIRAS MULHERES NA GÊNESE DO ROCK N’ROLL.

Matheus Andrighi

Matheus Andrighi
A década de 50 estava praticamente no fim, o movimento beatnick estava ainda a todo vapor, dando base pro que viria a ser chamado, um tempo depois, de movimento hippie. Poucas bandas do cenário do “blues elétrico”, assim chamado a nova onda do momento, subiam ao palco com uma figura feminina em seu plantel. As mulheres geralmente ficavam no posto de gruppies; o cenário musical ainda era muito machista, não só por parte dos músicos, mas pela sociedade em geral, afinal, sair por aí, sem garantia do amanhã, tocando em bares na noite, andando em várias companhias não era coisa para mulheres que se davam ao respeito.
            A década que estava por vir, no entanto, pegaria o mundo de surpresa nos quesitos mais ásperos que se poderia imaginar. A liberação sexual, os movimentos por direitos igualitários desviaram a música de seu itinerário, apesar da maioria continuar do mesmo jeito. A baia de San Francisco revelava dezenas de bandas novas a toda semana e o verão do amor de 67 trouxe ao mundo duas pérolas que se tornariam figurinhas carimbadas da história, mas claro, dentre elas, centenas de outras preciosidades se revelaram potenciais e sentimentais na arte e na música da segunda metade do século XX: Janis Joplin, com sua voz arrastada e profunda que sem sombra de dúvidas deixa qualquer um abalado, (para ter uma idéia ouça os arranjos vocais do clássico Summertime) e Grace Slick no comando do Jefferson Airplane, em minha opinião a mulher mais linda a subir num palco . O THC, o LSD e o álcool calaram prematuramente a voz de Janis em setembro de 70, Grace Slick se consagrou com a carreira solo e muitas outras despontaram na mídia nos anos que se seguiram. 
Rita Lee
            Em meados da década de 70, Suzi Quatro entra em cena para ganhar o título de “primeira roqueira”, arrematou vários prêmios e alguns pares de sucesso. Com Nina Hagen e Joan Jett não foi diferente, depois do clássico: I Love rock n’roll o mundo viu o punk com outros olhos, se dando conta da grande importância e credibilidade da figura feminina no rock. Nina por exemplo, é famosa por suas grandes performances vocais, atuou em filmes cantando música clássica e até ópera. Direcionando o papo para grupos musicais, vemos que as coisas também seguiram na mesma linha, Mama’s and Papas, B52, foram garantia de sucesso por anos, servindo de base para centenas de bandas da atualidade formadas parcial ou completamente por mulheres exporem seu trabalho.
            Para os lados de cá, a sexagésima  década do século passado trouxe a tona, junto com a ditadura militar, os biquínis de bolinha e a crise do petróleo, uma das maiores protagonistas do rock n’roll brasileiro. Ainda no posto de vocalista dos Mutantes, Rita Lee já dava sinais de um potencial criativo aprimorado. Porém, em minha opinião, o seu auge mesmo se deu na década de 70, quando aconteceu a parceria com a célebre banda Tutti-Frutti. Foi aí então que Rita pode mostrar seu lado “prog” e cru do rock n’roll, explorar o vocal e a poesia em letras que misturavam histórias sobre despedida, rebeldia da juventude e problemas pessoais não resolvidos. Não é pra menos de que o disco “Fruto Proibido”, de 75 é um dos mais elogiados discos brasileiros de rock n’roll.
            Depois dessas, centenas de inconfundíveis divas subiram ao main stream para consolidar novos ares da música contemporânea, e que venham novos mitos... Estes são os meus.

(Próxima atualização - 24/10/2010)


Um comentário:

Ivan Silva disse...

Texto ótimo! Sem dúvida, o Rock N' Roll não seria nada sem as mulheres!