Blog em Manutenção...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Literatura: Khaliu Gibran "O Louco"

Olá, internautas
   
   Diariamente será publicado, aqui no Trem Brasileiro, um capítulo da obra "O Louco", do grande escritor, poeta, ensaísta e filósofo libanês Khaliu Gibran (1883-1931). É um livro fascinante, que está me encantando a cada página, e tenho certeza de que vocês também vão adorar. Os escritos de Gibran são mensagens muito edificadoras e possuem o poder de nos fazer olhar a existência de forma diferente, aguçando nossa sensibilidade, muitas vezes agredida por fatos cotidianos. Para começar, apreciem o texto O Louco, que dá inicio à obra. Boa Leitura...

O Louco

 Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

   Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
    Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
   E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
   Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
  Assim me tornei louco.
 E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.


Continua...



Um comentário:

SuhRegina disse...

Nossa essa mensagem inicial da obra, me sensibilizou me levando a refletir sobre o caos da existência que vivemos no mundo de hoje, esquecemos de nos auto-refletir sobre nós mesmos, a enxergar a Vida por outros ângulos e simplesmente nos acostumamos a vida rotineira que vivemos.Precisamos acordar e perceber que não existe mais mascaras e diante de nossa ESSÊNCIA encontrar a nossa Liberdade.